Joe Leung
Tenho andado a ler “O Livro do Silêncio” de Sara Maitland. Um grande ensaio a partir da experiência, ajudado por muita investigação, que a autora viveu na busca do silêncio. O silêncio é importante, necessário e arriscado. Não se trata apenas de experiências espirituais. Trata-se de ir em busca de quem se é. Quando há essa disposição, há risco. O risco [e a certeza] de encontrar o que não se gosta lá pelas entranhas e dar o passo de se amar isso mesmo. No fundo, de dar luz a cada recanto da nossa história, sentimentos, sem julgar. É tão difícil, tão duro, mas tão libertador. Nestes dias tenho-me apercebido que é fácil colocar culpa numa serie de coisas, para se fugir a este caminho. No entanto, quando me apercebo que é de enfrentar a escuridão, ir às raízes, entrar pela cave e dar luz, frescura, sentido, e aceitar e integrar o que lá está, vive-se liberdade e dá-se renascimento. Acho cada vez mais forte isto do Natal ser à noite. É luz que ilumina as noites a serem atravessadas. E há (re)nascer… a partir dos riscos do silêncio.
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