Bjorn Persson
Mal entro na sala, alguns põem logo as mãos em cima da mesa. Não, não é nenhum tipo de inspecção. Desde que comecei as aulas com eles que, antes da oração da amanhã [tenho aula ao primeiro tempo], resolvi dar-lhes dicas de meditação. Mãos apoiadas na mesa, costas direitas, pernas descruzadas, pés bem assentes no chão, olhos fechados. Inspira e expira… e cá vai disto. “Isto ajuda-vos?” É sabido que as crianças têm grande capacidade imaginativa. Um ou outro sorri, emociona-se, em todos vou percebendo a serenidade a acontecer. “Sim, stôr!”, “É diferente!”. Propus, por exemplo, que visualizassem alguém de quem gostam muito, depois alguém com têm mais dificuldades de relacionamento. Pedi que dessem um abraço a cada pessoa. Achei que iam fazê-lo em pensamento, quando tenho o meu momento de surpresa: todos, quase em coreografia, levantam os braços e, das duas vezes, dão um abraço. Depois, conversámos e as partilhas foram no ponto.
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