Guy Anderson
O dia convida ao recolhimento. O que tanto se designa por “mau tempo”, pode ser bom tempo, belo até, para dar início à viagem de nova passagem. O gradiente do cinzento não ofusca a cor… pode relembrar a serenidade de memórias, clarificadoras do mistério do próprio presente. Há pouco, enquanto rezava, perguntei a Deus: que queres que de mim reduza a cinzas? Só Deus consegue amar-me ao ponto de me ajudar a ser como Ele. Num primeiro momento assusta pensar nisto: ser como Deus. No entanto, toda a revelação aponta a esse saber perder capas, máscaras, camadas que impedem a força da luz interna brotar como ramos que nos fazem encontrar em comunidade, de respeito e misericórdia, uns com os outros. Este caminho de cinzas é caminho de liberdade. Não renegando o passado, aceita-se sem que massacre, para queimar o que impede de viver… e veremos como a própria cinza torna a terra, banhada com a água de inverno, ainda mais fértil.
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