Dimitar Karanikolov
Quando tenho a primeira conversa com casais que me pedem para abençoar o casamento, digo-lhes para prepararem bem esse dia, de modo a que, para além da festa ou dos convidados, seja o dia de um novo começo a dois. Um novo começo que implicará muito de transformação pessoal, também enquanto casal, onde se complementarão um ao outro de forma especial ao longo da vida. Uma vez, um casal veio ter comigo e:
- Sr. padre, vamos casar e gostaríamos que nos ajudasse. Rezamos muito a Nª. Sra., a Jesus, vamos à Missa, etc. etc. [O tom de voz era: “vamos-falar-disto-que-é-o-que-ele-há-de-gostar.”]
- Que bom que têm uma vida de oração. Já vivem juntos?
- Ah, não, sr. padre, Deus nos livre?
- Como? Então, querem casar e estão a dizer ‘Deus nos livre’?
- Sr. padre é uma expressão, mas não bate certo, não.
- Já que ainda não vivem juntos, estão preparados para aguentar os cheiros um do outro? [O ar era “onde-é-que-nos-viemos-meter?”] Sim, a pergunta é estranha, mas fazer um pedido de casamento à Igreja não passa só pelo lado espiritual, há que tomar consciência de que o passo implica fazer conhecimento um do outro, onde a dimensão de corpo também tem de ser muito presente. Claro que se espera que os momentos agradáveis sejam muitos, mas quando os desagradáveis chegarem, não se comecem a descartar. Não há fórmulas acabadas, mas há caminho a ser feito. Como em qualquer relação, é estar disposto à transformação, que tem de ser sempre de vida e de respeito um pelo outro.
[Tivemos alguns encontros, com boas conversas, em que testemunhei a muita verdade um com o outro… espero que assim continue.]
- Que bom que têm uma vida de oração. Já vivem juntos?
- Ah, não, sr. padre, Deus nos livre?
- Como? Então, querem casar e estão a dizer ‘Deus nos livre’?
- Sr. padre é uma expressão, mas não bate certo, não.
- Já que ainda não vivem juntos, estão preparados para aguentar os cheiros um do outro? [O ar era “onde-é-que-nos-viemos-meter?”] Sim, a pergunta é estranha, mas fazer um pedido de casamento à Igreja não passa só pelo lado espiritual, há que tomar consciência de que o passo implica fazer conhecimento um do outro, onde a dimensão de corpo também tem de ser muito presente. Claro que se espera que os momentos agradáveis sejam muitos, mas quando os desagradáveis chegarem, não se comecem a descartar. Não há fórmulas acabadas, mas há caminho a ser feito. Como em qualquer relação, é estar disposto à transformação, que tem de ser sempre de vida e de respeito um pelo outro.
[Tivemos alguns encontros, com boas conversas, em que testemunhei a muita verdade um com o outro… espero que assim continue.]
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