Gurcan Ozturk / AFP/ Getty Images
Ainda não tive oportunidade de ler a recente encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco. No entanto, a vontade cresce pelas críticas que tenho lido. Pelo lado das positivas, por ser uma encíclica que aborda pela primeira vez um tema tão importante como a ecologia, dos pontos de vista ambiental e humano. Do lado das negativas, curiosamente muitas vindas de âmbitos mais conservadores da Igreja, de que o Papa trata de temas que não competem à religião, acusando-o de socialista e até mesmo comunista. Pois, só por estas críticas negativas volto ao que fui pensando ao longo deste últimos anos de estudo: a heresia do neo-gnosticismo anda aí. O importante é sermos todos muitos espirituais, a rezar, a cumprir os preceitos todos e mais alguns, sobretudo ao nível da moral sexual, que isto da injustiça social, ecológica, é coisa de países de terceiro mundo. De facto, não me adianta rezar muito e ir a todas as missas e mais algumas se isso serve apenas para alivio de consciência ou “aplacar iras divinas”, mantendo a ideia, por não conhecerem a realidade para além dos seu mundo económico-social, de que há pessoas de categorias diferentes e de que todos vivem muito bem. Quem se diz cristão não pode esquecer que segue o Senhor que foi condenado à morte e de cruz também por ter expulso os vendilhões do Templo. De salientar que esse gesto foi religioso, político e económico, pela injustiça que se cometia em nome de Deus. Pelo que se lê desde o Antigo Testamento, reafirmado pelo Novo, das grandes preocupações divinas é sobretudo pelo que mais sofre, em especial quando tal acontece injustamente.
No comments:
Post a Comment