Tuesday, March 31, 2015

A entrega não tem nome




Randy Krieger


[Secção outros tons: especial 3.ª feira da Semana Santa] As palavras de compromisso são reduzidas a nada quando se trata de voluntarismo em jeito heróico. Sigo-te de peito inchado, nesse orgulho da valentia que vê a realidade em escuridão. A entrega não tem nome. Nem lutas. No cru dos acontecimentos, quando o medo e a vergonha falam, vomitarei o não. Por três vezes. Em penas cantadas o corpo sentirá o embate da fragilidade: de pernas, de coração, de alma. Aí serei discípulo, não pelas minhas forças, apenas pela graça do teu dom.

Visita do Pai José e da Mãe Maria




Hoje, no final da Avenue “Camoens” - é assim que está escrito ;)


[Coisas extra-quotidianas em Paris] Foram poucas as vezes que os meus pais e eu tivemos férias juntos. Isto de trabalhar com turismo faz com que as minhas férias de escola não coincidissem com as suas. Mas, das poucas vezes que as tivemos foi de aproveitar, em conversas, em petiscos, em passeios, nos risos de manias de cada um de nós três. Agora foi em Paris. Dias intensos de pais e filho. Quando estávamos com alguns amigos meus daqui lá vinham as buscas de parecenças. Sim, há o lado físico, mas do que mais gosto é saber que deles recebi o sentido de justiça, o carinho e preocupação pelos outros, a honestidade, o respeito e muito mais. Também alguma teimosia e o lado preguiçoso, sobretudo na “ronha matinal”. Sem esquecer o bom humor. Deixei-os há pouco no aeroporto, a esta hora já devem de estar a voar. Pai José e Mãe Maria, foi tão bom ter-vos aqui estes dias, com todos os mimos trocados. Até breve. Beijinhos. Filho.

Thursday, March 26, 2015

Pedir ajuda




Vito Dozio


“E?” deveria ser uma das respostas quando alguém partilhasse que está ter acompanhamento psico-terapêutico. Entenda-se este “e?” como retrato da normalidade da situação, que, infelizmente, não é muito considerada como tal. A doença, a vulnerabilidade, a fragilidade ao nível mental, psíquico, afectivo, são ainda vistas como sinal de fraqueza e desprezo no mundo que avança apenas para os fortes, os super-heróis da excelência, do topo, do máximo. Não quero entrar em dramatismos, nem dizer que toda a gente deveria passar por um psicólogo. Apenas apercebo-me que há cansaços humanos a surgir de forma tão suave que não se dá pela presença e depois nota-se cada vez mais gente sem sentido para a sua vida, rodeada de frustração, porque não é aquilo que não tem de ser, mas que a explosão da imagem da “perfeição” impõe que seja. Isto acontece em âmbitos profissionais, sociais e religiosos. Se há respeito pela vulnerabilidade do outro é sinal que se tem consciência que esta faz parte da condição humana, sabendo que poderá pedir ajuda no momento certo, sem medo de se ser julgado ou olhado como “coitadinho”. Talvez possa ser o início de um caminho que, evitando mortes lentas ou inesperadas, abrirá portas de Vida.

Wednesday, March 25, 2015

De um segundo para o outro



Sherry Zhao


[Secção “em modo pensativo diante dos acontecimentos do mundo”] É sabido que tudo pode mudar de um segundo para o outro, por vontade própria ou por imposição. Seja pela positiva ou, infelizmente, por algo triste, obrigando, em ambos os casos, a repensar a vida, as perspectivas, as decisões. Há um sentido de humanidade diante destes momentos que transcende, provoca perguntas mais existenciais, vontade de tanto ou de nada, em força ou impotência. Aí não valem grandes reflexões ou considerações, apenas o viver de um abraço… e perceber que nunca se deve desperdiçar a oportunidade em dizer a quem se ama, de amor, de amizade, de familiaridade, de carinho: gosto muito de ti. Tenho para mim que é o que Deus faz connosco em cada instante.

Tuesday, March 17, 2015

Entre "terra" e mal que se infiltra




Carlos García Pozo/AP - Javier Espinosa com o filho, à chegada a Madrid


Estou a escrever sobre a importância do corpo na relação com Deus. Foco em particular S. Ireneu de Lyon e Tertuliano (ambos do séc. II): atacaram fortemente as posições gnósticas que separavam o corpo da alma, sendo, claro está, o corpo algo desprezível. Há passagens dos seus textos de grande beleza, mostrando como participamos todos da mesma “terra”, nesse sentido metafórico da criação. Paralelamente, não por estudo, mas por actualização dos acontecimentos do mundo, também vou lendo sobre o terror que continua a acontecer pelo auto-denominado Estado Islâmico. Tenho estado a ler a reportagem sobre o jornalista espanhol Javier Espinosa que esteve preso às mãos dos terroristas durante 200 dias. É assustador, monstruoso, doentio, perverso, o que fazem. Mas que tem uma coisa que ver com a outra? Isto põe-me o pensamento a mil. Somos feitos da mesma matéria biológica destes que matam segundo as suas lógicas [irracionais, diga-se]. Não, a comparação não é rápida, obviamente que há distinções, precisamente pela complexidade humana nas dimensões biológica, psicológica, social/cultural, espiritual. Não é por acaso que se desenvolve a ética humana, com o seu cariz universal. Dizer que o mal não está na terra da qual todos participamos, que para mim é desejada e amada por Deus. Na nossa complexidade de ser, o mal, como ausência de bem, infiltra-se por muitos esquemas, sobretudo na ânsia de poder e de inveja mal resolvida, algumas vezes degenerando em frustrações, onde em extremos leva novamente ao sofrimento e à morte de muitos, nesse anular de toda a possibilidade de diversidade. Como já tenho escrito é fácil ver o mal presente nas acções dos outros (e sim, claro, há que ver e denunciar), o que custa mesmo é perceber que também eu posso estar sujeito a esse mal. Daí a necessidade de vigilância: na formação [diferente de formatação] de consciência que me leve ao respeito pela diversidade humanizante; no reconhecimento que não tenho a última palavra; na fé que também liberta esquemas de opressão ora pessoais, ora de outros que posso controlar, mostrando-me a responsabilidade dos meus actos. Mas, confesso, no meio disto tudo, parafraseando Martin Luther King, continua-me a fazer confusão não o grito dos terroristas, mas o silêncio dos “bons” ou dos que podem tomar decisões à séria diante das atrocidades, de lá e de cá, que continuam a acontecer.

Monday, March 16, 2015

Pirilampos




David Liittschwager

Poeta, dizem.

Enrubesci.

Pensei nos pirilampos:
apenas se avistam
a partir do entardecer,

brilham e voam 
por paixão.


Sunday, March 15, 2015

Confissão. Misericórdia.




William Kerdoncuff


Depois de ter recebido a absolvição de Deus, abraçou-me emocionado. “Padre, desculpe, mas pela primeira vez apercebi-me da importância de confessar-me a um padre.” Sorri e perguntei, meio tímidamente, se poderia saber porquê. “Sabe, entrei a dizer as coisas do costume e apercebi-me que o senhor não estava a acreditar em mim.” “Ai, desculpe se fui mal-educado, mas não era não acreditar. Vou-lhe ser sincero, senti mesmo ‘as coisas do costume, quase porque sim, porque se aproxima a Páscoa e há que cumprir’. Fico sempre com pena que não se aproveite bem a oportunidade da graça de Deus que se vive neste sacramento. Não que as coisas do costume não tenham a sua importância, mas corre-se o risco de ficar pela rama.” “Pois, é isso. Com o seu olhar e depois quando me pediu se podia perguntar-me algo, apercebi-me que queria ajudar-me no encontro com Deus. Nunca ninguém me tinha perguntado em confissão se sou feliz na minha vida e se faço os possíveis para que os outros sejam felizes. Não, não peça desculpa. A forma como me perguntou, nem sei, foi como se a vida me passasse à frente e dei-me conta do que acabei por dizer depois. O alívio que…” [Emocionou-se novamente. Ficámos por ali e despedimo-nos com um grande sorriso] Desde que sou padre tem sido sobretudo neste sacramento que vivo momentos muitos bonitos. Sinto-me pequeno diante do poder que me é confiado para, em nome de Deus, libertar ou pelo menos começar a libertar dores, angústias e pesos de decisões que levaram a acções que, sim, também mataram e roubaram muito de vida para além da biológica. O Papa Francisco anunciou o jubileu da misericórdia. Se a misericórdia é vivida à séria dá-se um grande passo no sentido da liberdade e do amor de Deus  em cada um de nós.

Saturday, March 14, 2015

70 anos TAP



Mário Raposo, no dia da minha ordenação


70 anos é muito tempo: em voos, passageiros, bilhetes, bagagens, “cocotes”, também em histórias, amores e desamores, rivalidades e amizades, cansaços, tristezas, separações e abraços. Profissionalmente nunca fui TAP, mas são muitos  os amigos, de terra e do ar, que lá trabalham a fazer parte da minha vida (ainda mais quando actualmente a PGA está incluída no grupo, juntando os “code-share” com a SATA). Hoje penso de forma especial em todos vocês, rezando pelos voos pessoais e profissionais, ainda mais nestes tempos de turbulência. Quem sabe um dia não serei o primeiro padre a voltar a vestir a farda, a fazer demonstrações de segurança e, claro, a confessar depois do serviço de refeições. ;) Aos de terra: boas preparações de partidas e chegadas. Aos de ar: bons voos.

Friday, March 13, 2015

2 anos de pontificado de Francisco




Alessandra Tarantino / Associated Press


O tempo passa depressa, muito depressa. E tanto acontece nessa força de tempo. O mundo segue o rumo e a Igreja vive o sentido da Encarnação, nesse actualizar a presença de Deus no hoje concreto. Por um lado, a renúncia de Bento XVI, em liberdade de consciência, pondo Deus no centro. Por outro, a eleição de Francisco como Papa que impulsiona à reforma da Igreja, nesse caminho desejado, mais que superioridade ou “olhar de cima para o mundo”, de serviço na escuta dos “sinais dos tempos”. 2 anos passam desde aquela noite em que Francisco, após a sua eleição, fala com simplicidade aos católicos e a todas as pessoas de boa vontade, inclinando-se depois de pedir a todos a oração pela sua missão. É isso, no anúncio e serviço da Igreja de Cristo que não selecciona, nem condena, mas convida à conversão de coração em sentido de acolhimento, em palavras e em gestos, em especial pelos que mais sofrem.

Thursday, March 12, 2015

A noite surge de veludo



David Evans

A noite surge de veludo,
seduz o imaginário,
e perde-se nas horas.

O vinho decantado
abre as conversas,
surpreendentes.

O instante inesperado
anuncia a hora
da partida. 

Serão sempre
histórias que ficam
por contar.



Situação humanitária




Na capa do “Le Monde” de hoje vemos a foto de mulheres a rezar numa Missa de rito assírio em Beirut, Líbano. A notícia destacada refere-se ao êxodo de cristãos que fogem da Síria e do Iraque devido aos ataques do  auto-denominado Estado Islâmico. Assim que vi a capa mais uma vez entristeci-me pelo que se vive no mundo, mas fiquei animado por este jornal de referência mundial dedicar atenção a esta grave situação humanitária. Os 21 cristãos coptas assassinados há dias foram imagem de tantos outros desconhecidos. Isto não é um problema de lá, mas também de cá… são muitos os europeus a alistar-se cada dia a este movimento terrorista. Por outro lado, também aumenta por cá a xenofobia: não esquecer que um grupo neo-nazi levou à demissão do presidente de uma câmara alemã, por viver ameaças de morte. Pois, não se trata de fazer guerra de religiões, mas de buscar estratégias para que se viva dignamente a humanidade e a fé para além da economia e da política. A educação, em especial de valores humanos, é um, senão o, caminho… mas essa pelos vistos também anda esquecida em nome, mais uma vez, de dinheiro e de interesses pessoais. Sigo a rezar pela paz e pela humanidade.

Wednesday, March 11, 2015

Chá de Violeta Imperial




“O Sal da Terra”, sobre Sebastião Salgado, continua a fazer eco. As perguntas são muitas, como se mergulhado num rodopio de imagens com rostos, terras, árvores que crescem depois de plantadas por mãos que num clique abriram a perspectiva de sombras, dando luz ao desconhecido. Sinto-me envolto em mundo, aqui fechado no quarto, rodeado de livros de pensar Deus. Paro. Recordo o momento libertador de hoje na aula de dança. Ao som de “Una patada en los huevos” de Alberto Iglesias segui as orientações da Diana: “transforma el movimiento, no lo cambies bruscamente. Acepta lo que vives, entrégate, como eres llamado a hacerlo”. Trouxe o presente de que foi intermediária vindo de Groix, uma ilha do mar bretão: chá de violeta imperial. Saboreio-o na chávena pessoana que me acompanha há anos, também ela presente, “Eu sou do tamanho do que vejo… e não do tamanho da minha altura”. E neste silêncio, seguindo em caminho de Quaresma, entrego o que não compreendo e a minha, talvez pouca, fé ao Senhor de todas as coisas.

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